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Entrevista: Dra. Juliana Nascimento, a longevidade que ensina, luta e inspira.

  • Foto do escritor: Carioca Offices - Redação
    Carioca Offices - Redação
  • 11 de mai.
  • 2 min de leitura
Foto da entrevistada, Juliana Nascimento. Ela é uma mulher preta, sorrindo, veste blazer branco, vestido estampado de branco e azul, batom vermelho, relógio e brincos dourados e, também, usa tranças presas em um coque no alto de sua cabeça. Está em frente a uma estante suspensa de livros e uma mesa de madeira.
Dra. Juliana Nascimento - Advogada

Aos 74 anos, a advogada Juliana Nascimento é a expressão viva de coragem, resistência e reinvenção. Mulher preta, bilíngue, especialista em Direito Previdenciário e professora voluntária, ela personifica o poder da trajetória construída com base em propósito, fé e trabalho. Em entrevista à Carioca Offices Connect, Juliana nos conduz por sua caminhada inspiradora, desafiando estereótipos e compartilhando reflexões que ecoam entre gerações.


Com voz firme e olhos que brilham ao lembrar de um episódio marcante, ela recorda o dia em que foi saudada em inglês por ex-alunos de um projeto social. “Um momento marcante? Foi durante as Olimpíadas de 2016, em um evento promovido pelo SESI. Quando ouvi

‘May I help you, teacher?’ eu chorei. Ali entendi que aquele trabalho social havia gerado transformação real.”


Juliana percorreu diversas áreas do Direito, mas foi no Previdenciário que encontrou sua verdadeira missão: resgatar a dignidade de pessoas invisibilizadas, sobretudo mulheres em situação de vulnerabilidade. “Muitas ainda confundem o benefício assistencial com aposentadoria. Eu explico: o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) não é aposentadoria, é um direito assistencial. Meu papel é mostrar caminhos e empoderar por

meio da informação.”


Mais do que advogar, Juliana educa. E também rompe com as expectativas etaristas que insistem em limitar quem passou dos 60.

“Eu trabalho porque quero, porque amo. Sinto o olhar de estranhamento quando digo que ainda atuo, mas sigo em frente. O etarismo não me define — minha vitalidade sim.”

Para ela, a Previdência é mal compreendida. “Contribuir é um ato de solidariedade. Aposentadoria não é um reembolso, é um pacto entre gerações. Se não houver contribuição ativa, a Previdência como conhecemos entra em colapso. É preciso ensinar isso culturalmente.”


E é com essa consciência coletiva que ela formou sozinha suas três filhas, após o fim precoce do casamento. “Fui firme. Rigorosa, até. Mas criei mulheres fortes, independentes, que têm orgulho da minha trajetória. Ser desquitada, negra e mãe nos anos 80 exigiu força. Mas eu nunca recuei.”


Questionada sobre o que diria aos jovens pretos que hoje ingressam na advocacia, responde com sabedoria: “Não se vitimizem. Sejam firmes, se qualifiquem. A cota é uma porta, mas é o seu trabalho que constrói sua permanência. Sejam sutis, mas

consistentes. Somos todos iguais — e devemos caminhar com esse entendimento.”


Juliana acredita que seu diferencial está em exercer a profissão com alma: “O Direito Previdenciário é sensível. Você lida com vidas. É preciso técnica, sim. Mas também

empatia, presença e humanidade.”

E finaliza com serenidade: “A fé me move. Não importa em que você acredita — é preciso ter fé. Ela nos empurra nos dias difíceis. E o trabalho, quando é prazer, é também um ato de fé.”


Dra. Juliana Nascimento - Advogada - Dir. Previdenciário

@jnconsultoriaprevidenciaria



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